Após o estardalhaço inicial feito pela Corregedoria Geral de Justiça, dando conta de que supostamente Porto Seguro estaria atolada num mar de lama junto ao seu Judiciário, com a suspeita do envolvimento de três juízes com corrupção, venda de sentenças, lavagem de dinheiro, agiotagem e outros crimes, pelo menos até o momento não se tem notícias de que as acusações seriam de fato verdadeiras, em que pese as investigações estejam sob sigilo de justiça.

Pelo contrário, as informações que se têm é que as acusações em sua grande maioria não passaram de um afã por parte da Corregedoria, que teria tirado conclusões precipitadas, sobretudo em relação às 101 matrículas imobiliárias de imóveis que teriam sido supostamente adquiridos por juízes e promotores, mas que no decorrer das investigações percebeu-se que houve equívocos.
Nesse sentido, um dos juízes mais prejudicados teria sido o magistrado Rogério Barbosa de Souza e Silva, o qual, segundo informações, teria sido vítima de uma grande injustiça em virtude da leitura errada feita pela Corregedoria em relação ao lançamento do seu nome nas matrículas imobiliárias.
Dr. ANDRÉ CORRUPTO? JAMAIS!
Por sua vez, o juiz criminal André Strogenski, pessoa bastante querida e respeitada na cidade, também teria sido vítima de uma perseguição sem sentido por parte da Corregedoria, ao ser acusado por atos judiciais e administrativos que nada tem a ver com corrupção ou venda de sentenças, até mesmo porque existem o Ministério Público e os tribunais superiores para reverter eventuais erros dos magistrados. Quem conhece de perto o Dr. André sabe que de rico e de corrupto ele nunca teve nada. Muito pelo contrário, sempre foi considerado um juiz linha dura em suas decisões e seu patrimonio é relativamente mínimo.
Já o juiz Fernando Machado Paropat, que ao contrário dos demais possui muitos desafetos na cidade, fruto de decisões em tese parciais e polêmicas, este sim, teria sido flagrado em agiotagem, o que é extremamente vedado pela Lei da Magistratura, e que deve lhe render a aposentadoria compulsória, já que o máximo que se ouve falar é que ele seria parcial no atendimento a advogados "amigos", o que não é novidade para ninguém. Daí a ser corrupto vai uma distância muito grande.
O BODE EXPIATÓRIO
Por fim e ao cabo, quem acabou mesmo pagando o pato, foi o seu Vivaldo Rego, titular do Cartório de Registro de Imóveis, uma pessoa íntegra, honrada e acima de qualquer suspeita, mas que serviu , dizem, de bode expiatório para justificar as investigações e ações em tese precipitadas feitas pela Corregedoria, cujo afastamento, espera-se, seja revertido pelos tribunais superiores.
Como bem se sabe, erros pontuais e administrativos todos os cartórios cometem, ainda mais numa cidade problemática como Porto Seguro em termos de registros públicos. Precisa é ver se houve má fé e corrupção por parte de seu Vivaldo, o que duvidamos muito. Quem também conhece o registrado sabe que de corrupto ele nunca teve nada.
Há quem garanta que a devassa no seu Cartório teve como objetivo principal o acesso aos documentos com vistas a anular a compra da famosa e milionária Ilha do Urubu, feita pelo belga Philippe Meus, em Trancoso, a fim de atender a interesses nada republicamos e, sobretudo, as estratégias de um advogado de Salvador e que sonha em ganhar uma bolada de dinheiro em cima da referida transação imobiliária. Deatalhe: o belga já teria pago nada menos que duas vezes pela propriedade.
Mas essa é uma história nebulosa e que possivelmente ainda iremos relatar um dia.