PORTO SEGURO: TERRA INDÍGENA OU TERRA DE NINGUÉM?

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A Terra Indígena de Aldeia Velha, localizada no Arraial,  possui área de  mais de 2000 hectares, mas que não é explorada comercialmente pelos indígenas e cua boa parte já foi comercializada pelos mesmos.

 

A situação na Ponta Grande e na Terra Indígena Aldeia Velha, em Porto Seguro e no Arraial, é um retrato fiel da omissão e da conivência do poder público brasileiro. O que era para ser área de preservação histórica, tombada pelo IPHAN, transformou-se num extenso corredor favelado à beira da BR-367, com barracos, quiosques e boxes comerciais brotando sem controle. Muitos erguidos por supostos indígenas — e outros, por pessoas que sequer pertencem à etnia.

 


O esquema é conhecido: invadir, construir e depois vender ou alugar para não indígenas. E é preciso dizer com todas as letras: mesmo que todos fossem indígenas, isso por óbvio não lhes dá licença para descumprir a lei. Terras indígenas são patrimônio da União, e qualquer construção, comércio ou exploração exige autorização expressa de órgãos como Prefeitura Municipal, IPHAN, INEMA, IBAMA, SPU e Funai.

 

PREFEITURA E DEMAIS ÓRGÃOS FINGEM QUE NÃO VEEM 



Enquanto isso, a Prefeitura de Porto Seguro, como sempre, cruza os braços. O Ministério Público Federal, tão rápido e eficiente para certas causas, permanece inerte diante de uma ameaça real à ordem pública. O IPHAN, guardião do patrimônio histórico, assiste passivamente à destruição da área tombada.



O resultado é explosivo: Porto Seguro já figura entre as cidades mais violentas do Brasil. As denúncias, confirmadas por documentos oficiais e pela imprensa nacional, apontam que parte das invasões é organizada por lideranças indígenas dissidentes, com participação do crime organizado e do tráfico de drogas. O saldo: assassinatos, insegurança generalizada e uma ameaça direta ao turismo.



No Arraial d’Ajuda, a recente favelização já avança rapidamente na saída para Trancoso. Se nada for feito com urgência, o prejuízo será irreversível para a economia local e para a paz social. O caso é claro: O MAL SE CORTA PELA RAÍZ. É preciso derrubar as construções ilegais agora — não depois que se consolidarem, quando o Judiciário será chamado para uma “reversão” quase impossível.



À Prefeitura de Porto Seguro, à União, ao MPF, ao IPHAN, à Funai, ao Inema, à SPU e à Polícia Federal: a omissão de hoje será a manchete vergonhosa de amanhã. O país espera ação imediata. Depois que Inês for morta, de nada adiantará chorar sobre o leite derramado. 

PRÓXIMO PREFEITO(A) DE PORTO SEGURO VAI DEPENDER DA CALCULADORA MAIS RÁPIDA E EFICIENTE

Calculadora de Custo de Funcionario para Empresa

Quase todos os dias, alguém me manda mensagem ou para na rua para fazer a pergunta que virou passatempo de botequim: “Quem vai ser o próximo prefeito de Porto Seguro?"



Eu, paciente como um padre em confissão, repito a mesma resposta: não sou vidente, não jogo búzios e ainda estamos longe demais das eleições municipais para fingir que 2026 vai ditar 2028. No máximo, a disputa do próximo ano servirá para medir o fôlego do prefeito Jânio Natal e pavimentar — com asfalto público, é claro — a quase certa eleição do filho, Jânio Júnior, como deputado estadual.



AS DIFICULDADES DE CLÁUDIA


Cláudia Oliveira, deputada sebo nas canelas e de currículo movimentado, também deve brigar pela reeleição. O problema é que a sua base em Porto Seguro anda mais dispersa do que bloco de carnaval na quarta-feira de cinzas. E sem os trios elétricos de Robério funcionando bem em Eunápolis, juntar esse povo de novo vai ser como tentar colar ovo quebrado.



De resto, não vejo ACM Neto, Jerônimo Rodrigues, direita, esquerda ou centro com cacife suficiente para apontar o dedo e dizer: “Este será o prefeito(a)”. Até porque Porto Seguro já provou que aqui ideia, projeto ou ideologia valem menos que um cabrito vivo numa festa junina.



OS POSSÍVEIS CANDIDATOS


Em tese, o cardápio de 2028 deve ter quatro ou cinco nomes: Paulinho (a depender do STF e caso JN consiga fazer seu grupo engoli-lo), a própria Cláudia (dependendo muito de Robério e seu fôlego), Ubaldino Júnior, Luigi Rotuno e, talvez, a vereadora Roberta Caires — que pode vir ungida por ACM Neto e Bruno Reis, caso saiam vitoriosos em 2026, o que, sinceramente, não acredito.



Ao menos para mim, o roteiro de 2026 já está escrito: PT abrindo a mala de dinheiro para prefeitos e Jerônimo passando o rolo compressor em cima de todo mundo, com o arrogante ACM Neto colecionando mais uma derrota homérica. Como de sempre.


A CALCULADORA MAIS RÁPIDA



Mas vamos parar de fazer de conta. O certo é que o próximo prefeito(a) de Porto Seguro não será eleito(a) pelas suas ideias ou por qualquer qualidade pessoal. Será eleito(a) pela calculadora. Aqui, a política, implantada pela família Pinto e renovada pelos seus sucessores, virou um jogo onde só existem duas operações: somar e multiplicar** — dinheiro, cargos, favores. Subtração e divisão não estão no teclado.



Vivemos na “terra da descaração”, onde o certo é errado e o errado é aplaudido. O maior estelionato eleitoral recente foi a reeleição do atual prefeito, com mais de 20 mil votos de frente, comprados a preço de mercado e embalados numa narrativa de cidade gigante que “não podia parar”. E realmente não parou… até o dia seguinte à eleição, quando veio o sumiço do gestor, o congelamento das obras e o caos nos serviços públicos.



E aí fica a pergunta: quem, ganhando dinheiro honestamente, vai arriscar 30 milhões de reais numa eleição em Porto Seguro? A resposta é simples: ninguém — exceto os de sempre, que sabem que o investimento se paga. Com lucro altíssimo.



A INCRÍVEL RAPIDEZ DE ROBERTA


Se Roberta entrar mesmo na disputa com sua “calculadora digital de última geração”, a coisa pode até ficar mais imprevisível, mas a fórmula final não muda: ganha quem comprar mais lideranças e mais votos no varejo. O eleitor, feliz e orgulhoso, ainda vai achar que foi mais esperto que o político.



No fim, o resultado é garantido: as velhas raposas continuarão no galinheiro — e o galo ou galinha a ser devorada, mais uma vez, é você, caro leitor ou cara leitora.
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ELEGER PAULINHO: A AMAIOR MÁGICA DA VIDA DE JÂNIO NATAL

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Gostem dele ou não, é impossível negar: o prefeito Jânio Natal é um animal político de primeira grandeza. Começou como empregado e dirigente sindical da Petrobras e, um dia, percebeu que convencer o eleitor com discurso era infinitamente mais fácil — e mais rentável — do que bater ponto todo santo dia. Desde então, nunca mais largou a vida pública. Lá se vão mais de 50 anos nessa profissão para a qual não existe faculdade, mas que exige talento natural e frieza de jogador de xadrez.



Além de habilidade, Jânio carrega outra marca rara na política: a lealdade pessoal. Cumpre seus acordos com quem está no seu círculo próximo, sem o menor escrúpulo, doa a quem doer. Essa fidelidade foi um dos pilares que o mantiveram vivo politicamente, revezando-se entre mandatos de prefeito e de deputado, sempre com a porta de retorno escancarada para o cargo.



A DEPENDER DO STF



Agora, no que deve ser o último capítulo de sua carreira, Jânio vive sob o suspense do STF, que decidirá se sua última eleição é legítima, legal ou não. Enquanto isso, mantém-se na cadeira à custa de uma defesa jurídica que já teria consumido algo na casa dos R$ 50 milhões — entre advogados e “agrados” a desembargadores e ministros. Caso consiga se manter até 2028, ele quer pagar a dívida de lealdade: transformar o seu vice, Paulinho Toa Toa, em prefeito.



E aqui começa a mágica. Não é apenas a tarefa de “fazer o sucessor” — algo que todo político sonha. O desafio real é eleger Paulinho. Isso porque a fidelidade canina do vice ao prefeito, que para Jânio é um ativo, para o resto da cidade é um problema. O eleitor contrário à atual administração enxerga nele um representante direto do mundo cor-de-rosa pintado pela propaganda oficial — um mundo que, fora das peças publicitárias ou das matérias da imprensa de aluguel, simplesmente não existe.

REJEIÇÃO INTERNA



O drama é que, mesmo dentro do próprio grupo político, Paulinho não desperta entusiasmo. Muito pelo contrário. Informações de bastidores, vindas de gente graúda — secretários, assessores e antigos aliados — dão conta de que 80% do grupo de Jânio está pronto para pular fora antes de ter que apoiar Paulinho. E esse desânimo não é gratuito: a passagem do vice como multi secretário, ou o Zé dos Cargos, o expôs às críticas da própria base, e sua total falta de habilidade política fez o resto. Paulinho não é capaz de chamar um amigo para almoçar ou tomar um café sequer, vivendo exclusivamente somente dentro da sua bolha e dos seus interesses financeiros e pessoais.



Com esse cenário, surge a pergunta: para onde vão os desertores? Para muitos, a resposta é óbvia. Uma parte cogita Luigi, que parece não querer alianças com o “mercado persa” da política local. Mas a maioria enxerga no ex-prefeito Ubaldino Júnior um porto seguro perfeito. Ubaldino, aliás, já tem um histórico de boa relação com Jânio — inclusive um acordo firmado na última eleição. Se voltar ao jogo, ainda mais de posse de sua calculadora, receberá de braços abertos boa parte da tropa dissidente, formada em grande medida por ex-apoiadores de Cláudia Oliveira, cujo retorno ao cargo em Porto Seguro parece a cada dia mais improvável.


A MAIOR MÁGICA DE SUA VIDA



E é aqui que a coisa complica mais ainda: esse pessoal vendilhão de apoio e fisiológico ao extremo, que não se constrange em pular de galho em galho, sabe que um reencontro político com Cláudia é improvável. Não tanto por ela, mas porque eles mesmos teriam dificuldade de engolir o orgulho depois da “traição” política cometida no passado recente. Ubaldino, nesse sentido, é uma solução menos constrangedora e mais prática.


Em resumo: para Jânio, eleger Paulinho será o número de mágica mais arriscado da sua vida — e talvez o único que, mesmo com todo o seu arsenal de truques e articulações, possa escapar das suas mãos. Afinal, convencer o eleitor é uma coisa. Convencer 80% do próprio grupo a apoiar um candidato que eles não querem nem de graça… isso já é pedir para o mágico tirar coelho da cartola sem ter cartola nem coelho.



E, se essa mágica falhar, Jânio corre o risco de encerrar sua carreira não como o grande articulador que sempre controlou o tabuleiro, mas como o prestidigitador que errou o truque no grande final — deixando a plateia aplaudir de pé, mas por pena.

IMPARCIALIDADE? EU NÃO SOU IMPARCIAL PORRA NENHUMA!

AIMPRA

 

De vez em quando, recebo mensagens de almas bem-intencionadas — ou nem tanto — sobretudo dos puxa e dos babas de plantão, exigindo que eu seja “imparcial” nas minhas “informações”. Eles realmente  não conseguem  ou não querem entender o que significa um contraponto ao mundo da ilusão e do faz de conta em que vivem.  É aquele tipo de conselho que, na prática, vale menos que promessa de político em campanha: bonito de ouvir, inútil de aplicar.

 

Vamos combinar: imparcialidade é a fada do dente do jornalismo. Todo mundo fala dela, mas ninguém nunca viu. Eu não sou imparcial, porra nenhuma,  nunca fui e, graças a Deus, nunca serei. Se algum dia eu resolvesse brincar de imparcial, este blog viraria um cadáver digital em questão de semanas — porque blog é opinião pura. É um lugar onde o autor escreve o que pensa, e não o que um manual de redação cheio de patrocinadores gostaria que ele pensasse.

 

IMPARCIALIDADE É IGUAL OVNI, TODOS FALAM MAS NINGUEM VÊ

 

Já jornais e grandes portais vivem da encenação. Vendem a ideia de “informação neutra” enquanto seguem a coreografia do dinheiro que paga as contas. É um teatro em que a “imparcialidade” é o cenário pintado no fundo. Basta ver: Globo, CNN Brasil, Jovem Pan — cada um com seu lado, cada um com sua cartilha, todos beijando a mão dos próprios anunciantes. É a velha história: quem paga a banda, escolhe a música.

 

No jornalismo do interior, então, nem disfarce tem. O negócio é de sobrevivência. E a primeira coisa que morre afogada nesse mar de boletos é justamente a tal imparcialidade. A segunda é a ilusão de que algum dia ela existiu. Eu, que já vi e comandei redações por dentro, posso garantir: imparcialidade é igual OVNI. Sempre tem alguém dizendo que viu, mas nunca aparece prova.

 

PEIXE NÃO ANDA DE BICICLETA

 

Portanto, cobrar imparcialidade de mim é como exigir de um peixe que ele ande de bicicleta: injusto, inútil e, francamente, ridículo. Ainda mais agora, quando escrevo muito mais por prazer e indignação do que por necessidade financeira. Anunciantes? Quase zero. O único que sobra é uma prefeitura, com um contrato tão modesto e ridículo que, se acabar, mal dará para sentir falta. E banners pagos? Raridade; quando aparecem, quase sempre são gratuitos.

 

Pergunto: por que diabos eu teria que ser imparcial? Para agradar quem se incomoda com o que lê? Para fabricar um texto sem sal, sem cheiro e sem vida, daqueles que não ofendem ninguém justamente porque não dizem nada? Não, obrigado. Esse não é o Miro, ex-Topa Tudo. E inda eu sou das antigas, aluno da escola de JR.Guzzo, falecido  n a semana passada e que para mim foi o maior articulista político da nossa imprensa  contemporânea. 

FIDELIDADE SÓ  AOS FATOS

 

O que garanto é outra coisa: fidelidade aos fatos. Se errar, que é humano, terei a humildade de admitir. Fora isso, serei parcial — o mais parcial possível — honesto primeiro com Deus, depois comigo e, se sobrar espaço, com quem lê.

 

Quem não gostar, não precisa dramatizar. É só fechar a aba do navegador e ir ler um desses veículos “imparciais” que vivem jurando que não têm lado, tipo aquela página de memes que surgiu um pouco das eleições,  e que logo em seguida se vendeu pro prefeito,  hoje totalmente  sem graça e egocêntrica,  e cujo autor, zero à esquerda na informação,   ainda acha que entende alguma coisa de política ou que possue fontes confiáveis… enquanto servem, quentinhas, as opiniões do lado que paga a conta.

O PROBLEMA NÃO É O PREFEITO JÂNIO NATAL. SOU EU. COLOCANDO PRINCÍPIOS ACIMA DE PERSONALIDADES.

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Não vou passar o tempo explicando por que voltei a escrever. Quem me conhece, sabe. Quem não conhece, vai conhecer pelo que eu escrever aqui. E uma coisa já aviso: este espaço não é para bajular ninguém. Se alguém acha que minha opinião pode ser comprada com cargo, dinheiro,  favor ou tapinha nas costas, está redondamente enganado.

 

Também não tenho lado político. Não sou “A” nem “B”. Não tenho inimigos e não guardo rusgas pessoais — e não, não estou contra o prefeito Jânio Natal, não haveria por quê. O que me incomoda é apenas outra coisa: é o gestor achar que Porto Seguro é um lugar de idiotas e desinformados. Pode até haver quem insista em ser, mas com certeza não somos todos.

 

O problema não é ele mentir ou prometer e não cumprir, o que o faz com incrível frequência — como no caso da ponte, do secretariado técnico, as Zona Azul ou dos restaurantes populares. O problema é alguém ainda acreditar.

 

O PROBLEMA É COMIGO MESMO

 

E aqui vem a parte mais importante: essa postura crítica não é contra os políticos. É contra mim mesmo. Passei 20 anos convivendo de perto com prefeitos, vereadores e deputados. Sempre com acesso direto, sem intermediários. Inclusive, sim, recebendo verbas institucionais para manter meu jornal. Tudo legal, mas com um preço: perde-se a liberdade de criticar quem paga a conta. Simples assim. Afinal, por que você acha que os sites em geral  se calam sobre os reais problemas das cidades?

 

Eu sei, porque vivi isso. Transformei um jornalzinho de classificados no mais lido do interior baiano. Mas manter um impresso custa caro, e nessa luta pela  sobrevivência a gente cede. Protege quem banca. Ataca quem não banca. E, no fim, não acredita mais nem no que escreve.

 

O RESGATE 

 

Esse jogo definitivamente acabou para mim. Não quero proximidade com políticos — nem Jânio, nem Cláudia, nem Robério, nem ninguém. Quero resgatar minha dignidade e recuperar a luz que me motivou a começar no jornalismo.

 

Amigos? Só família e meia dúzia de pessoas escolhidas a dedo. O resto é o mesmo de sempre: a mão que afaga é a que apedreja.  A boca que elogia na sua frente é a que te apunhala por trás.

 

Não sou pregador da moralidade pública nem salvador da pátria. Estou de volta para um acerto comigo mesmo: reparar erros, colocar princípios acima de personalidades, escrever com honestidade e usar meu dom para buscar uma cidade melhor — e não para apoiar quem não merece.

 

Meu compromisso tem nome e sobrenome: Porto Seguro. E começa pelo reconhecimento de que, se quero mudança, ela precisa começar em mim.

 

Se Porto Seguro não mudar, não é só culpa do prefeito Jânio Natal. É também  culpa minha, é culpa sua.

 

E essa mudança começa aqui.